Os desafios do Vale do Rhône
As alterações climáticas, a inflação e a diminuição do consumo vinho desafiam o Vale do Rhône

Na apresentação da nova edição das Découvertes en Vallée du Rhône, promovido pela Inter Rhône, que faz um balanço da situação da região, dos vinhos e do mercado.
O tinto, como sempre, continua a liderar, representa 76% do volume produzido em todo o Vale do Rhône. O rosé também está a subir na tabela, com 12%. É o terceiro produtor de rosé em França, após as regiões do Loire e da Provence.
Os vinhos brancos, são o grande destaque, representando atualmente 12% da produção total e com posição estável. Trabalha-se mais nos vinhos brancos, sem canibalizar as vendas de vinho tinto.
A procura de vinhos com algum tipo de certificação de sustentabilidade está a mudar os métodos agrícolas. Há um aumento muito grande de vinho biológico, agora representam 18% dos vinhos, contra 12% em 2021. Muitas propriedades estão a converter-se em biológicas.
Os vinhos de qualidade superior não estão em crise de desempenho, mas nos vinhos de classificação inferior a situação não é tão boa.
Também para a região a política mundial teve um efeito de impacto nas vendas.
O mercado doméstico debate-se com a inflação, que levou à queda de 6% nas vendas.
Mudanças geracionais no mercado francês
As vendas no mercado interno representam 38% das vendas de vinhos do Vale do Ródano, a maioria destinada aos supermercados. Mas as vendas nos supermercados caíram 5% em 2022, uma vez que os franceses compram menos vinho tinto. Os consumidores mais velhos estão a ser substituídos pelos mais jovens, que não bebem tanto.
O fosso entre gerações está a ter um grande impacto nas vendas de vinho. "Antes, a cultura do vinho era transmitida de geração em geração. Mas as coisas mudaram”, 76% dos franceses adoram o sector do vinho, ao mesmo tempo, "as pessoas nunca beberam tão pouco”.
O consumo de vinho diminuiu 70% entre os jovens; a cerveja também não ficou imune, com uma queda de 68%. Mas a cerveja, responde melhor, ao estar presente nos grandes festivais e concertos, dando-se a conhecer às novas gerações.
E não é possível dizer a toda a região que mudem o que estão a fazer para se adaptarem aos gostos dos jovens.
Levar os produtores ao mercado para desenvolver os seus produtos é solução apontada, como levar os viticultores em viagens aos mercados externos, “quanto mais sairmos e nos encontrarmos, melhor!”.
Outro desafio é a região ser grande produtor de vinho tinto, num momento em que o consumo de vinho tinto está a diminuir. A premiumização é uma solução possível. "Vamos tentar actualizar-nos", dizem. “ Apesar de nem todo o nosso vinho ser de gama alta, podemos impulsioná-lo."
Acima de tudo, os vinhos têm de ser relevantes para o mercado. "Há uma tendência para os vinhos frutados - estamos mesmo a ver isso. Se quisermos vinhos mais leves, porque não? Mas eles têm de ser relevantes".
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