Quebra de 9% na produção de vinho na campanha 2022/23 face a 2021/22 de acordo com nota informativa do Instituto da Vinha e do Vinho de 1 de Agosto de 2022.
As regiões do Douro e Porto e de Lisboa apresentam as maiores quebras percentuais, na ordem dos -20%.
É nas regiões do Minho (+10%) e das Terras de Cister (+10%) onde se prevê o maior crescimento da produção, face à campanha anterior.
Na generalidade, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário sem registo de doenças ou pragas, no entanto, a falta de água e as ondas de calor levaram a forte stress hídrico e térmico, determinantes na quantidade e qualidade da colheita.
Na região do MINHO, é previsto um aumento na produção de cerca de 10%. A baixa incidência de pragas e doenças afigura-se como a principal causa para este aumento.
Na região de TRÁS-OS-MONTES, a previsão aponta para uma quebra da produção na ordem dos 10%. As elevadas temperaturas e a seca extrema que se fazem sentir na região são as principais causas da diminuição prevista da produção.
Na região DOURO E PORTO, apesar das boas condições sanitárias que promoveram um normal desenvolvimento vegetativo, as ondas de calor (provocando o escaldão) e a falta de água têm vindo a acentuar as situações de stress que afetam a maturação da uva e respetivo rendimento, com a referida antecipação de quebras de 20%.
Na região da BEIRA ATLÂNTICO, a previsão aponta para uma produção semelhante à campanha passada. Todavia, as temperaturas altas e a pouca humidade registada poderão ainda afetar o normal desenvolvimento dos cachos (tamanho e peso).
Na região TERRAS DO DÃO prevê-se uma quebra na produção de 15%, não se ficando a dever à reduzida incidência de problemas sanitários, mas às ondas de calor e o stress hídrico nas videiras, no entanto, prevê-se que a qualidade da colheita seja elevada.
Na região TERRAS DA BEIRA, a previsão aponta para uma quebra da produção de cerca de 10% face à campanha 2021/22, mais pelos efeitos da seca do que devido a questões fitossanitárias.
Na região TERRAS DE CISTER, prevê-se um aumento na colheita na ordem dos 10%.
Na região do TEJO, as vinhas encontram-se com bom vigor, porém, o escaldão ocorrido parou o ciclo vegetativo das plantas. Prevê-se ainda assim um aumento da produção de cerca de 5%.
Na região de LISBOA, o decréscimo da produção deve-se à pouca humidade no solo que não tem possibilitado o desenvolvimento dos bagos. A onda de calor, entretanto registada, causou escaldão, em especial, nas vinhas mais novas com menos superfície foliar.
Na região da PENÍNSULA DE SETÚBAL, é esperada uma quebra de 5% na produção, devido aos episódios de escaldão do mês de julho com temperaturas acima dos 40°C e à atual situação de seca severa.
Na região do ALENTEJO, estima-se que a produção de vinho venha a ter uma quebra na ordem dos 5%. Recentemente aconteceram alguns focos de escaldão, mas a perspetiva é de boa qualidade.
Na região do ALGARVE, a previsão de produção indica um aumento de cerca de 5% e com elevada qualidade.
Na região da MADEIRA, estima-se uma quebra na produção de cerca de 7% e perspetiva-se vindima de boa qualidade.
Na região dos AÇORES, a previsão global é de uma diminuição de produção na ordem dos 10%. O ciclo vegetativo e produtivo têm sofrido alguns danos, devido às condições climatéricas nos meses de abril, maio e junho, com ventos fortes, ressalgas marinhas e eventos de ataques de míldio.
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